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Pesquisadoras criam método para retardar o amadurecimento de frutas pós-colheita

Publicado: Quarta, 12 de Junho de 2024, 17h00

Patente de autoria de cientistas da UFABC, Unesp e IAC registra invenção que pode reduzir perdas e melhorar a segurança e a qualidade alimentar 


Um grupo de pesquisadoras, liderado pela professora Amedea Barozzi Seabra, do Centro de Ciências Naturais e Humanas da UFABC, desenvolveu um método inovador para retardar o amadurecimento e aumentar a conservação de frutas após a colheita, por meio do uso de nanopartículas biodegradáveis.

A invenção gerou um pedido de patente, depositada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) sob o título “Método para retardar o amadurecimento de frutos, processo para a produção de uma composição contendo um doador de óxido nítrico (NO) e uma nanocápsula polimérica, e composição”.

Além da UFABC, o grupo é composto por mais duas instituições: o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Rio Claro. A autoria do pedido de patente é de cinco pesquisadoras:

∙ Profa. Dra. Amedea Barozzi Seabra | UFABC (Docente)
∙ Joana Claudio Piretti | UFABC (Doutoranda do Programa de Ciência e Tecnologia Química)
∙ Profa. Dra. Neidequele Maria Silveira | Unesp - Rio Claro (Docente)
∙ Dra. Ilana Urbano Bron | IAC (Pesquisadora)
∙ Dra Julia Claudiane da Veiga | IAC (Doutora)

“Acho interessante destacar que, nesta invenção, temos 100% de mulheres – o que demonstra o impacto das mulheres na ciência e na tecnologia”, afirma a professora Amedea.

Segundo a pesquisadora, o principal objetivo da referida invenção é diminuir as perdas de frutos carnudos – ou “frutas”, na linguagem popular. Para tanto, foi desenvolvida uma nova tecnologia de baixo custo, a partir de materiais biodegradáveis e biocompatíveis, a ser aplicada em frutas após a colheita, visando sua preservação e viabilizando seu transporte e comercialização, focando em práticas pós-colheita sustentáveis.

Ainda de acordo com a docente, a descoberta possibilita uma melhor manutenção das características físicas e nutricionais dos alimentos. Além disso, oferece flexibilidade no método de aplicação e nas condições de armazenamento, contribuindo significativamente para a redução das perdas pós-colheita e melhorando a segurança e a qualidade alimentar. 


Sobre a pesquisa 

A princípio, foram desenvolvidas nanopartículas (um nanomaterial cujo tamanho é medido na escala nanométrica, ou seja, de 1 – 100 nm; 1 nm corresponde a 1 x10-9 m) à base de quitosana, contendo doadores de óxido nítrico (NO) para retardar o amadurecimento de frutas. 

A quitosana é um polímero natural, de baixo custo, biodegradável e biocompatível. A molécula de NO, por sua vez, é importante para o desenvolvimento e crescimento de plantas, e atua em diversos aspectos: desde a quebra de dormência e germinação das sementes até o crescimento das raízes, floração, regulação do crescimento do tubo polínico, fotossíntese, metabolismo das plantas e morte celular, controle da abertura e fechamento dos estômatos e respostas aos estresses abióticos (como déficit hídrico, estresse luminoso, estresse térmico e salinidade) e bióticos (como infecções causadas por insetos-praga, fungos, bactérias, vírus e nematoides).

A pesquisa demonstrou que, além dessa gama de ações em plantas, o NO também é importante para o controle do amadurecimento das frutas, retardando-o e preservando seu valor nutricional. A molécula responsável por esse amadurecimento é o óxido de etileno, e o NO inibe a produção dessa molécula – o que contribui para a preservação das frutas e, por consequência, para seu transporte e comercialização. 


Sobre a patente 

Em resumo, refere-se a um método inovador para retardar o amadurecimento de frutos, por meio da aplicação de um doador de óxido nítrico (NO) encapsulado em nanopartículas poliméricas, destacando-se a utilização de S-nitrosotióis, especificamente Snitrosoglutationa (GSNO), como o doador de NO preferencial.

O método envolve a incorporação de GSNO em nanopartículas compostas por polímeros biodegradáveis e biocompatíveis, incluindo, mas não limitado à, quitosana.

A invenção também abrange um procedimento para a produção dessas composições encapsuladas. É direcionada, ainda, a uma composição final, caracterizada pela presença de GSNO em nanopartículas de quitosana, provendo uma estratégia eficaz para a extensão da vida útil de frutos, combinando a tecnologia de nanopartículas com a liberação controlada de óxido nítrico. 

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Julia Claudiane da Veiga; Joana Claudio Piretti; Amedea Barozzi Seabra.



Assessoria de Comunicação e Imprensa da UFABC 
Com informações da Profa. Dra. Amedea Barozzi Seabra (UFABC/CCNH)

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