O principal debate para a UFABC
Texto do professor Sidney Jard da Silva, chefe de gabinete da Reitoria, publicado no jornal Diário do Grande ABC em 12 de dezembro.
Ele fala de temas relacionados com a universidade, que despertaram interesse da mídia, e de uma outra abordagem para as discussões sobre a UFABC.
Recentemente, a imprensa regional trouxe boas e más notícias sobre a Universidade Federal do ABC (UFABC). As boas confirmam a UFABC como referência do programa de expansão do sistema universitário brasileiro, como modelo para lei da política de cotas nas universidades federais e como pioneira na reforma curricular do ensino superior. As más apontam para dificuldades enfrentadas na implantação da infra-estrutura física e do projeto pedagógico.
Este artigo analisa as mencionadas más notícias e, entre elas, procura identificar a questão que realmente merece ser tratada com destaque no debate regional.
No que se refere à quantidade de professores da UFABC, é importante observar que o número é compatível com o atual estágio de desenvolvimento da universidade. Possuímos um quadro com 159 docentes e contaremos com mais 87 no início do próximo ano. Em 2010, o quadro completo deve ser de 700 professores doutores.
Também é preciso esclarecer que não há "conflito de programação" na grade horária. A matriz curricular da UFABC incentiva a curiosidade científica, a criatividade intelectual e a autonomia didática. Desde cedo nossos alunos são incentivados a fazer escolhas sobre a sua trajetória acadêmica, inclusive sobre as disciplinas a serem cursadas. Para viabilizar essa proposta, o processo de matrícula se dá em duas etapas, de modo que eventuais problemas identificados na fase de "solicitação de matrícula" sejam solucionados na fase de "efetivação da matrícula".
Quanto à implantação da infra-estrutura física, é comum haver contratempos em uma obra de tamanha complexidade. As condições de ensino, entretanto, estão longe de serem "precárias". No Campus Santo André, o investimento global previsto é da ordem de R$ 200 milhões, verba que vem sendo criteriosamente empregada nas instalações prediais, na aquisição de material didático e na montagem de laboratórios avançados de ensino e pesquisa.
Por fim, o projeto em execução na Avenida dos Estados não se esgota no seu conjunto arquitetônico. A grande obra que oferecemos à Região do ABC é uma proposta universitária que pretende ser pioneira na transformação do ensino superior brasileiro. Esse deveria ser o foco do debate regional. Esse é o nosso grande desafio. Esse é o verdadeiro problema que gostaríamos de compartilhar com a comunidade.
Sidney Jard da Silva
Chefe de Gabinete da Reitoria da UFABC
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