UFABC: conquistas e desafios
Artigo do professor Hélio Waldman, Pró-reitor de pesquisa da UFABC,publicado no Diário do Grande ABC em 26 de abril e que traz informaçõessobre o desempenho dos professores da Universidade nas seleçõespúblicas de projetos científicos.
Recentemente, o número de professores efetivos da UFABC cruzou a marcada primeira centena. Todos são doutores, uma condição buscada hádécadas, mas ainda não alcançada plenamente pelas melhoresUniversidades brasileiras. Mais que isso, multiplicam-se as evidênciasde que são doutores competitivos. Veja-se, por exemplo, o resultado doconcurso para a seleção pública de projetos em Nanotecnologia,promovido pelo CNPq/MCT: das dezenas de propostas apresentadas, foramaprovadas apenas 32, das quais 3 da Unicamp, duas da UFABC, igualmenteduas para a UFSCar, a UFRGS e a UFOP, e uma para cada uma das demais 21concorrentes. Um resultado que coloca a UFABC no primeiro time dasUniversidades brasileiras em Nanotecnologia.
Nada mal para uma Universidade recém-nascida, que ainda vai crescermais de 400% só em Santo André nos próximos 4 anos. Veja-se ainda oresultado da última seleção de bolsistas de produtividade em pesquisado CNPq, o concurso mais competitivo do País, criticado com algumarazão por deixar de fora muita gente boa: só na área de Física, aúltima seleção agraciou cinco jovens professores da UFABC, dos 375contemplados em todo o Brasil.
Como está sendo possívelalcançar em poucos anos o que a USP e a Unicamp, por exemplo, levaramdécadas para construir? Parece milagre, e é quase isso mesmo. Não seriapossível se o Brasil não estivesse formando dez mil doutores por ano(dos quais muitos das próprias USP e Unicamp) e a UFABC não estivessecomeçando do zero. Mas só foi possível porque a equipe pro-tempore daUFABC, liderada pelo Prof. Hermano Tavares até dezembro de 2006 e peloProf. Luiz Bevilacqua desde então, soube captar a oportunidade doquase-milagre e colocá-lo em andamento.
Tudo indica que aUFABC já nasce num estágio avançado para os padrões do século XX.Porém, para uma Universidade nascida e comprometida com o século XXI,essas conquistas são apenas um ponto de partida, ainda que necessário eincontornável, para o enfrentamento dos desafios do novo século.Estamos comprometidos até a medula com a expansão do ensino superior, esabemos que isso vai requerer um novo modelo, que quebre o isolamentodas Universidades, articulando-as com a população em toda a sua santadiversidade, com o setor produtivo em todo o seu dinamismo empreendedore inovador, e até com as organizações governamentais enão-governamentais no esforço estratégico de mapear rumos inteligentespara as grandes questões nacionais, integrando-os num projeto nacionalsoberano e numa nova ordem mundial, mais justa e equilibrada.
Hélio Waldman
Pró-reitor de pesquisa da UFABC
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