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Aprender ⇆ Ensinar

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Foto: Monique Scantamburlo

Licenciaturas interdisciplinares chegam ao segundo ano com projeto de valorização das práticas educacionais e singularidades da educação básica

As Licenciaturas Interdisciplinares (LIs) da Universidade completam, em 2022, dois anos. Os cursos, aprovados em 2017 pelo Conselho Universitário, são das áreas de Ciências Humanas (LCH) e Ciências Naturais e Exatas (LCNE) e somam, ao todo, 550 alunos regularmente matriculados.

A oferta das LIs reiterou o compromisso da Universidade com o panorama educacional regional. A professora Mariana Sombrio, coordenadora da LCH, ressalta a valorização da formação para o sistema educacional: “Incluir licenciaturas é reconhecer que formação de professor é algo específico, que precisa ser pensado e estudado. Você não se forma em um curso para dar aula sem estudar educação, práticas educacionais ou metodologias”, afirma a docente, em relação ao diferencial da matriz curricular.

Pessoas egressas das LIs estarão aptas a lecionar nos anos finais do ensino fundamental II. Os licenciados em Ciências Humanas poderão dar aulas de Filosofia, Geografia e História, enquanto os licenciados em Ciências Naturais e Exatas poderão ministrar Ciências (Biologia, Física, Matemática e Química). Focados na formação docente, os projetos pedagógicos das licenciaturas interdisciplinares colocam cada estudante em contato com a vivência docente desde o início da graduação. O núcleo básico é composto por disciplinas como políticas educacionais,  didática, estudos étnico-raciais, e desenvolvimento e aprendizagem, priorizando a compreensão da Educação, assim como outros conhecimentos técnico-científicos. Para a professora Patrícia Sessa, coordenadora da LCNE, este é um diferencial das LIs: “Há, nesse contexto, um núcleo comum de pessoas e de saberes em diversas áreas para compor os seus conhecimentos, reflexões, relações e discussões”.

“E é por isso que essa mudança nas Licenciaturas é tão significativa, porque olhamos para conteúdos técnico-científicos já com bagagem pedagógica e sócio-histórica”, contribui a professora Rena de Paula Orofino, vice-coordenadora da Licenciatura em Ciências Biológicas. “Enquanto profissional docente, entender quais foram os passos históricos, os marcos legais e os motivos pelos quais o currículo é construído como ele é hoje é fundamental para entrar em sala de aula de forma crítica”, complementa.
Ainda segundo a pesquisadora, “na UFABC, a equalização entre conhecimento pedagógico e técnico-científico passou a ocorrer com a criação das licenciaturas interdisciplinares como cursos de entrada” – frutos de um projeto que valoriza os conhecimentos didáticos e educacionais, levando em conta o entendimento de que as diferenças entre as pessoas influenciam a maneira como interpretam o que é ensinado.

Considerar as particularidades dos estudantes, sobretudo na educação básica, significa dizer que cada um em sala de aula tem uma estrutura familiar, uma forma de raciocínio e questões de classe, raça e gênero. Todas essas especificidades moldam, direcionam e influenciam como cada estudante interpreta o que os docentes falam em sala de aula.

A interdisciplinaridade das licenciaturas diz respeito ao processo de aprendizagem do discente na UFABC e à forma como o currículo propicia a compreensão do “dar aula” e do “como se aprende”. A mesma interdisciplinaridade dá ao aluno mais oportunidades de articular e fazer conexões entre os diversos campos do conhecimento, habilidade coerente com a prática da profissão na educação básica e o processo de aprendizagem baseado em participação.

Orofino, doutora em Ensino de Ciências, explica: “ Em um consenso construtivista, dizemos que o aprendizado depende da participação. Você, enquanto aprendiz, interage com o conhecimento, aplica em alguma situação da vida e tira uma lição. Quanto mais você conseguir articular esse conhecimento, mais podemos dizer que você aprendeu.”

As licenciaturas contam com projetos como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), do Ministério da Educação (MEC), cuja finalidade é fomentar a iniciação à docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes. Em setembro de 2022 também foi criado o Diretório Acadêmico das Licenciaturas Interdisciplinares (DALI), entidade do movimento estudantil para representar os alunos no diálogo com a Instituição:
“Tentamos durante a pandemia, mas foi uma época difícil para construir um diretório. Adiamos para que fosse fundado com o apoio dos estudantes de forma presencial, com mais respeito e dedicação, quando todos conseguissem participar”, diz Heloísa Boss, discente da primeira turma da LCH e secretária geral na atual gestão do DALI.

Assim como nos Bacharelados Interdisciplinares (BIs), além da formação interdisciplinar, os alunos podem optar por seguir com a formação específica nas licenciaturas que já existiam na UFABC: Biologia, Física, Matemática e Química (no caso da LCNE) ou Filosofia (vinculada à LCH). Nesse caso, estarão habilitados a atuar, também, como professores no ensino médio.


Esta matéria é parte da Edição número 01, da Revista Comunicare UFABC.

Assessoria de Comunicação e Imprensa - ACI UFABC

Registrado em: Edição nº 1 - 2023
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