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Usinas fotovoltaicas completam um ano com economia e avanço em pesquisas

usinas fot

De acordo com a Prefeitura Universitária, a economia total obtida com o uso das usinas fotovoltaicas da UFABC foi estimada em pouco mais de R$ 277 mil até outubro de 2022. Esse valor representa o produto do custo do kWh (tarifa da operadora no mês) pelo volume da energia proveniente dos subsistemas instalados nas coberturas dos prédios da Universidade.

Esse cálculo inclui a temporada de testes que antecederam o funcionamento normal dos sistemas. Quando considerada, exclusivamente, a produção dos meses em que houve operação regular, as médias mensais de potência gerada e do valor que se deixou de pagar pelo fornecimento do serviço ficaram em cerca de 32.000 kWh e R$ 24 mil.

A construção das usinas fotovoltaicas foi resultado de um convênio entre a UFABC e a Enel, por meio do qual a operadora do serviço de energia ficou responsável pelo aporte financeiro para a compra dos equipamentos e serviços de instalação. Na UFABC, a responsabilidade pelo projeto é dos docentes Patrícia Teixeira Leite Asano e Ricardo da Silva Benedito. A iniciativa tem origem na participação da Enel no programa de eficiência energética da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Desempenho

O conjunto de painéis solares do Campus Santo André opera desde outubro de 2021 –parcialmente até janeiro de 2022 (apenas o Bloco A) e em regime total a partir de fevereiro (incluindo o Bloco B). De acordo com o professor Ricardo, até agosto, mesmo com algumas intercorrências – como uma falha do inversor da Torre 2 –, a planta andreense gerou 349.190 kWh (equivalentes ao consumo de 105 residências de 3 pessoas em 11 meses). Segundo ele, a performance alcançou 80% dos índices esperados, com alguns subsistemas chegando a um desempenho pouco superior a essa marca.

Em São Bernardo do Campo, a operação começou em maio de 2022. Até agosto, haviam sido gerados 75.200 kWh (equivalentes ao consumo de 63 residências de 3 pessoas em 4 meses). A exemplo do que ocorreu em Santo André, a planta de São Bernardo mostrou boa performance, atingindo índices que chegaram, por exemplo, a 86% do esperado – caso do subsistema instalado no Restaurante Universitário.

R$ 277 mil - Economia obtida até outubro de 2022.

32.000 kWh e R$ 24 mil - Médias mensais de potência gerada e valor que seria pago pelo fornecimento de energia.

425.000 kWh - Energia gerada nos dois campi até agosto de 2022, equivalente ao consumo de 168 residências de 3 pessoas no mesmo período operacional das usinas.

São Bernardo tem menos sol?

Ao menos nas regiões em que as usinas estão instaladas, a medição da irradiação solar nos dois campi desafia o senso comum de que São Bernardo oferece menor incidência de luz natural do que Santo André. Os registros das estações nos dois municípios detectaram irradiação solar anual de aproximadamente 1.568 kWh/m2 (de setembro de 2021 a agosto de 2022). O professor Ricardo revela que as diferenças mensais das medidas entre os dois campi foram mínimas, refutando o imaginário popular de que, por supostamente ser mais sujeita à nebulosidade, São Bernardo “vê” menos o sol do que sua vizinha ao norte.

Pesquisa energizada

O projeto de instalação das usinas previa o impulso de diversas atividades acadêmicas. Segundo a professora Patrícia, as metas em pesquisa e desenvolvimento vinculadas à operação do sistema fotovoltaico foram plenamente atingidas. A professora afirma que foram produzidos “cinco artigos em periódicos, nove artigos em congressos, oito dissertações de mestrado e sete capítulos de livro”. Ela ressalta também que, ao todo, 29 pessoas envolveram-se diretamente nos estudos, incluindo docentes da UFABC e de outras instituições, técnicos administrativos, bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

As pesquisas contemplaram campos temáticos como: metodologia de identificação de locais para a instalação de minigeração por georreferência; caracterização do mapa solar da região, com integração de medições de estações solarimétricas e dados de satélites; metodologia para otimizar usinas fotovoltaicas e reduzir o carregamento das redes elétricas em horários específicos; simulação de situações de sobre-geração e controle de potência ativa/reativa; além de produção de conteúdos para promoção e transferência tecnológica.

5 artigos em periódicos,
9 artigos em congressos,
8 dissertações de mestrado e
7 capítulos de livro.
29 pessoas diretamente envolvidas nos estudos.

Formação de recursos humanos

O professor Ricardo conta que a instalação das usinas levou à criação do “Centro de Treinamento e Capacitação em Energia Solar Fotovoltaica”, que oferece infraestrutura laboratorial de última geração, atendendo demandas em pesquisa, ensino, extensão e inspeção de usinas fotovoltaicas. Além da disponibilidade de uma planta de painéis como laboratório a céu aberto, o docente destaca que os recursos de capacitação contam com diversos equipamentos, que incluem: usina didática, traçador de curvas I-V, simulador de arranjos fotovoltaicos, câmera termográfica e de eletroluminescência, data loggers, wattímetro, analisador de qualidade da energia elétrica gerada, piranômetro, estações solarimétricas e baterias estacionárias, dentre outros.

A professora Patrícia revela que, ao longo dos próximos cinco anos, a expectativa é intensificar ações de treinamento para membros internos e de fora da UFABC. Dentre as ideias está a de oferecer uma especialização para membros externos e adotar um modelo comercial para a venda de dados solarimétricos, livros especializados e manuais técnicos. Segundo ela, a expectativa é gerar receita para a reaplicação de parte dos recursos no desenvolvimento do centro de treinamento.


Esta matéria é parte da Edição número 01, da Revista Comunicare UFABC.

Assessoria de Comunicação e Imprensa - ACI UFABC

Registrado em: Edição nº 1 - 2023
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