Mulheres iraquianas e a ocupação do Iraque: um estudo feminista árabe-muçulmano sobre seus posicionamentos políticos
Sophia Teixeira e Souza, egressa do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UFABC, pesquisou, durante o mestrado, os diversos posicionamentos políticos de mulheres iraquianas referentes à ocupação americana de seu país, entre os anos de 2003 e 2005.
Segundo a pesquisadora, sua dissertação concentrou-se no problema da mobilização da retórica dos direitos das iraquianas pelos Estados Unidos, durante o referido período. Seu principal objetivo era estudar suas opiniões acerca da agenda multilateral para a igualdade de gênero, desde o início da ocupação até as eleições parlamentares, após o fim do regime de Saddam Hussein.
A egressa enfatiza que suas análises críticas foram fundamentadas por teorias feministas das Relações Internacionais, do feminismo pós-colonial e do feminismo árabe-muçulmano, a partir de diálogos entre o sul latino-americano e o sul árabe.
Além de mestra em Relações Internacionais pela UFABC, Sophia é bacharela em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), e atua, profissionalmente, como internacionalista, pesquisadora e redatora.
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Dados | Egressa
Nome completo
Sophia Teixeira e Souza
Formação acadêmica (cursos e instituições)
∙ Mestrado em Relações Internacionais (UFABC);
∙ Bacharelado em Relações Internacionais (Unesp).
Profissão / experiência profissional
Internacionalista, pesquisadora e redatora.
Programa de pós-graduação e curso (mestrado ou doutorado) concluído na UFABC
Mestrado em Relações Internacionais.
Como sua trajetória neste curso de pós-graduação na UFABC contribuiu para sua formação?
O curso de Mestrado em Relações Internacionais na UFABC foi um marco imprescindível em minha carreira como pesquisadora. São inúmeras as contribuições do curso e da UFABC na minha passagem pela instituição! Graças à bolsa concedida pela Universidade, pude me deslocar do interior do estado até a região do ABC para as aulas. Tive a honra de ter sido representante discente na comissão de bolsas e na comissão de eventos do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPG-PRI), trabalhando junto aos colegas e aos docentes para construir o programa, ainda jovem. No âmbito do ensino, tive a oportunidade de assistir a diversas palestras e seminários, com convidadas(os) nacionais e internacionais, para que nos mantivéssemos em constante atualização. Como pesquisadora, participei de um grupo de pesquisa e recebi todo o apoio da orientação para aprender como avançar o conhecimento acadêmico nas Relações Internacionais!
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Dados | Dissertação
Título
Mulheres iraquianas e a ocupação do Iraque (2003-2005): um estudo feminista árabe-muçulmano sobre seus diversos posicionamentos políticos.
Data da defesa
6 de dezembro de 2021.
Nome da orientadora
Profa. Dra. Julia Bertino Moreira
Linha de pesquisa
Direitos Humanos
Link para a dissertação
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Questões | Pesquisa
Qual o tema da sua pesquisa e por que o escolheu?
Meu tema de pesquisa concentra-se no problema da mobilização da retórica dos direitos das mulheres iraquianas pelos Estados Unidos, quando da ocupação do Iraque (2003-2005).
Quais eram seus objetivos (gerais e específicos)?
Objetivava responder como se deram as opiniões das mulheres sobre a agenda multilateral para a igualdade de gênero durante o período que compreende o início da ocupação até as primeiras eleições parlamentares, após a queda do regime de Saddam Hussein.
Como foi sua realização (materiais e métodos, metodologia, corpus etc.)?
A metodologia adotada foi a metodologia feminista, por meio da observação empática e guiada pelas propostas teóricas da teoria feminista das Relações Internacionais, do feminismo pós-colonial e do feminismo árabe-muçulmano. Os materiais consultados consistiram em entrevistas e blogs previamente existentes de mulheres iraquianas; documentos de organizações multilaterais; etnografias; e documentos do governo do poder ocupante (Estados Unidos).
Quais foram os desafios enfrentados?
O principal desafio enfrentado foi a impossibilidade de realizar entrevistas.
Quais foram os principais resultados alcançados?
Respondemos à pergunta de pesquisa: como as mulheres iraquianas engajadas no debate sobre o futuro de seu país e as intelectuais do sul posicionaram-se politicamente em relação à ocupação do Iraque (de 2003 a 2005)? Confirmando a hipótese de que as mulheres iraquianas identificam-se com propostas diversas e, portanto, têm posicionamentos heterogêneos quanto à ocupação estrangeira de seu país, apontamos ao menos três agrupamentos entre elas, baseando-nos em suas similaridades de classe, etnia e religião, e se haviam migrado para países vizinhos ou do norte.
Descreva, resumidamente, a importância acadêmica e social de sua pesquisa, isto é, sua contribuição para o universo científico e o cotidiano das pessoas.
Destacamos o ineditismo da pesquisa na literatura nacional, propondo uma contribuição ao estudo das políticas de gênero, das legislações sobre os direitos das mulheres e seus posicionamentos políticos durante a ocupação do Iraque. A análise de documentos e outros conteúdos, porém, deu-se à luz da criticidade de perspectivas feministas nas Relações Internacionais, sobretudo para fazer avançar os estudos sobre gênero em RI no Brasil – que vêm ganhando espaço nos últimos anos, tanto pela militância acadêmica quanto pela militância civil. Tivemos o compromisso de estabelecer canais de diálogo entre os feminismos do sul, representados pelas próprias pesquisadoras (eu e minha orientadora) e nossas sujeitas de pesquisa. Ademais, são poucos os estudos brasileiros em Relações Internacionais sobre as mulheres do mundo árabe, e tivemos a preocupação de, por um lado, assumir uma posição assertiva e adentrar este tema de pesquisa: de um sul latino-americano para um sul árabe; e, por outro, de mostrar as mulheres iraquianas como sujeitas agentes.
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