Pesquisa produz serpina recombinante inédita, que pode ser terapêutica para doenças dermatológicas
Jocélia Pereira de Carvalho Oliveira, egressa do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia/Química da Universidade Federal do ABC, defendeu, ao concluir o doutorado, uma tese intitulada ‘Estudo de inibidores de serino proteases: serpinas bacterianas e compostos peptideomiméticos derivados do isomanídeo’.
O tema de sua pesquisa era o estudo de inibidores enzimáticos para fins terapêuticos, e seu principal resultado foi a produção de uma serpina recombinante inédita, denominada Vioserpin. Serpinas são proteínas portadoras de diversas funções biológicas, cuja principal característica é a inibição de serino proteases – enzimas presentes em vários processos fisiológicos.
De acordo com a pesquisadora, novos estudos relativos a esse e outros inibidores, naturais ou sintéticos, podem vir a possibilitar, por exemplo, a produção de agentes terapêuticos para doenças dermatológicas.
Além de doutora em Ciência e Tecnologia/Química pela UFABC, Jocélia é mestra e licenciada em Química pela Universidade Federal do Piauí. Atualmente, trabalha como professora no Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (Campus Catalão).
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Dados | Egressa
Nome completo
Jocélia Pereira de Carvalho Oliveira.
Formação acadêmica (cursos e instituições)
∙ Doutorado em Ciência e Tecnologia/Química - Universidade Federal do ABC (2014);
∙ Mestrado em Química (Química orgânica) - Universidade Federal do Piauí (2010);
∙ Graduação em Química (Licenciatura) - Universidade Federal do Piauí (2007).
Profissão / experiência profissional
Atuo como docente efetiva no Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (Campus Catalão).
Programa de pós-graduação e curso (mestrado ou doutorado) concluído na UFABC
Doutorado em Ciência e Tecnologia/Química.
Como sua trajetória neste curso de pós-graduação na UFABC contribuiu para sua formação?
A partir do curso de doutorado na UFABC, foi possível que eu fizesse, também, um estágio (doutorado sanduíche) na UCDavis, na Califórnia (EUA). Com meu título de doutora, foi possível ingressar como docente em uma universidade federal, através de concurso público, além de toda experiência e aprendizado, que renderam boas publicações.
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Dados | Tese
Título
Estudo de inibidores de serino proteases: serpinas bacterianas e compostos peptideomiméticos derivados do isomanídeo.
Data da defesa
14 de novembro de 2014
Nome do orientador
Prof. Dr. Luciano Puzer
Linha de pesquisa
Química de biomoléculas
Link para a tese
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Questões | Pesquisa
Qual o tema da sua pesquisa e por que o escolheu?
O tema era o estudo de inibidores enzimáticos para fins terapêuticos. Sempre gostei de bioquímica e essa parte, em particular, para mim é fascinante.
Quais eram seus objetivos (gerais e específicos)?
Os objetivos gerais eram a produção recombinante e a caracterização da atividade inibitória das serpinas bacterianas encontradas nos genomas da Gloeobacter violaceus (MER036597) e Myxococcus xanthus (MER068102). Dentre os objetivos específicos, a atividade inibitória de compostos sintéticos derivados do isomanídeo contra as calicreínas teciduais humanas 5 e 7.
Como foi sua realização (materiais e métodos, metodologia, corpus etc.)?
Foram realizadas etapas de clonagem, expressão e purificação, por meio das quais foi possível obter serpinas de bactérias, a serem testadas com enzimas proteolíticas da classe das calicreínas teciduais humanas. Além disso, foram realizados testes com inibidores sintéticos baseados na estrutura do isomanídeo contra as serino proteases.
Quais foram os desafios enfrentados?
O principal desafio para mim, que sou formada em química, foi realizar procedimentos típicos da biologia molecular.
Quais foram os principais resultados alcançados?
Foi possível produzir uma serpina recombinante inédita, cujo nome é Vioserpin. Serpina é o nome dado a uma superfamília de proteínas com grande diversidade de funções biológicas, cuja principal característica é a inibição das enzimas serino proteases.
Descreva, resumidamente, a importância acadêmica e social de sua pesquisa, isto é, sua contribuição para o universo científico e o cotidiano das pessoas.
Como mencionei, foi possível produzir uma serpina recombinante inédita, denominada Vioserpin. A continuação dos estudos com esse e outros inibidores, sejam naturais ou sintéticos, pode possibilitar, futuramente, a produção de agentes terapêuticos para certas doenças da pele, por exemplo.
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