ANDIFES apresenta dados sobre ações das IFES para enfrentamento à Covid-19
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11), durante a qual apresentou números referentes à contribuição das universidades federais para o enfrentamento ao novo Coronavírus nas diferentes regiões do Brasil.
A apresentação resulta de pesquisa à qual responderam inicialmente 46 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Trata-se de uma coleta de dados atualizados diariamente, por meio dos quais é evidenciada a potência das ações e das pesquisas das universidades para o atendimento de necessidades prementes durante a crise pandêmica que assola o país.
Dentre tais iniciativas, destaca-se, até o momento, a disponibilização de 2.280 leitos em Hospitais Universitários e de Campanha, sendo 519 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Para contribuir com o abastecimento de insumos sanitizantes desses hospitais ou de outros da rede pública de saúde, há 98 ações, das quais resultaram até agora a produção de cerca de 992 mil litros de álcool em gel e 912 mil litros de álcool comum. Os números que se referem à produção de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde também são expressivos: 163.151 protetores faciais; 85.514 máscaras de pano; 2 mil capuzes; 6 mil aventais e 20.200 unidades diversas.
São 825 pesquisas em desenvolvimento sobre a Covid-19 e, quanto à testagem para detecção da doença, há 53 ações em andamento, por meio das quais é possível calcular a média de 2.660 testes realizados por dia. A esse respeito, Lúcia Campos Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), aponta o protagonismo e a velocidade com que cada comunidade acadêmica se mobilizou, colocando à disposição a sua capacidade de infraestrutura para responder aos desafios da pandemia.
"Desde janeiro e fevereiro, as instituições estavam atentas ao cenário da propagação da Covid-19 em outros países, e vários pesquisadores brasileiros já se debruçavam sobre investigações nessa área. No contexto da emergência em saúde pública no Brasil, as universidades federais se mobilizaram rapidamente, por meio da conversão de seus laboratórios de pesquisa para o atendimento a necessidades de diagnóstico, produção de álcool em gel e de peças de respiradores, por exemplo. Toda qualidade e cuidado com as atividades de ensino, pesquisa e extensão que caracterizam nossas instituições se voltaram neste momento para o combate à pandemia no país, tendo docentes, técnicos e discentes na linha de frente desse trabalho", destaca Lúcia Pellanda.
Tal engajamento também se materializa em 706 campanhas educativas que envolvem ações de comunicação e de divulgação científica difundidas por meio de vídeos, podcasts, cartazes, panfletos e publicações diversas em sites, blogues e mídias socias das IFES. Há 344 ações de solidariedade desenvolvidas junto às comunidades mais vulneráveis de todo o território nacional. As IFES apontam ainda outras 279 iniciativas de natureza diversa que seguem em pleno desenvolvimento sob a responsabilidade de membros de suas unidades acadêmicas.
Com relação ao estabelecimento de parcerias, 85 foram firmadas com governos estaduais e 200 com prefeituras municipais, o que indica o compromisso das universidades na interação com atores dos territórios nos quais se inserem. A UFABC, por exemplo, possui 14 projetos que envolvem as setes cidades do Grande ABC.
Antônio Claudio Lucas da Nóbrega, reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro da diretoria executiva da Andifes, destaca a importância de dar visibilidade a esses números. Por meio das pesquisas e iniciativas neles representados, além da entrega de insumos e serviços para atendimento imediato às demandas da crise em saúde pública, é possível vislumbrar projetos que visam à análise da realidade e à proposta de políticas públicas, incluindo estudos sobre cenários de retomada das atividades em diferentes setores.
"Muitas universidades têm buscado entender o real impacto dessa pandemia e colaborar para pensarmos cenários futuros de retorno às atividades. Evidências científicas apontam que estamos longe deles, mas pesquisas realizadas nas IFES podem, ao considerarem a diversidade regional do país, ajudar-nos a projetar possibilidades específicas para cada contexto", pondera Antônio Nóbrega.
Para a discussão acerca dessa temática no âmbito das universidades federais, a Andifes está articulando um grupo de estudo que, respeitando a autonomia das IFES para a tomada de decisões, deve sugerir critérios sobre a retomada das atividades presenciais. A preservação da vida será a premissa dessas orientações. "A vida não se precifica e não deve ser colocada acima de outros valores. A reprogramação das atividades acadêmicas presenciais vai depender do cenário e do contexto em que cada universidade se exponha", afirmou João Carlos Salles Pires da Silva, presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Ele também destaca que, apesar de representar um volume significativo de respostas à sociedade, o conjunto de ações e pesquisas das IFES para enfrentamento à Covid-19 poderia ser ainda mais robusto se não houvesse uma defasagem orçamentária no sistema federal de ensino superior ao longo do tempo. Ao final da coletiva, João Carlos Salles ressalta, em meio à conjuntura preocupante do país, o empenho das universidades federais em "cerrar fileiras com todos aqueles que defendem a vida e se posicionam contra o obscurantismo".
O reitor da UFABC, professor Dácio Matheus, acrescenta: "sem dúvida alguma, a interdisciplinaridade tem sido uma das principais aliadas na busca de respostas para enfrentarmos o novo coronavírus. A formação e o olhar interdisciplinar de nossa comunidade universitária para este problema têm sido fundamental neste momento. Assim, ainda que os cursos tradicionais da área de saúde estejam fora do rol daqueles ofertados pela UFABC, nossa Universidade tem apresentado à sociedade soluções de combate à Covid-19 nas mais diversas áreas do conhecimento e formas de atuação".
Assessoria de Comunicação e Imprensa
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