Confira depoimentos sobre o curso de extensão Ensinando feminismos
O curso faz parte das atividades preparatórias para o 1º Seminário Internacional Gênero em Disputa
Entre os dias 1º e 11 de abril de 2025, o Núcleo de Estudos de Gênero Esperança Garcia (NEG/UFABC) está promovendo o curso de extensão “Ensinando Feminismos”, no campus Santo André da UFABC. O curso foi pensado para ser uma introdução aos estudos de gênero, incentivando reflexões críticas a partir de uma perspectiva interseccional. A proposta esteve alinhada com debates que vêm sendo fortalecidos dentro e fora da universidade, como os que ocorreram durante a Semana das Mulheres da UFABC em março deste ano.
As aulas expositivas, ministradas por pesquisadoras e docentes do NEG, foram baseadas em leituras sugeridas e discussões que abordam desde a história dos feminismos brasileiros até temas como feminismo decolonial, divisão racial do trabalho e participação de mulheres nas áreas de ciência e tecnologia. O curso também faz parte das etapas preparatórias para o 1º Seminário Internacional Gênero em Disputa, promovido pelo NEG e pela Pro-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC/UFABC). O Seminário será realizado em agosto desse ano e é possível conferir mais informações aqui.
Na primeira aula do curso, a professora Cíntia Crescêncio, da UFABC, destacou a importância da categoria gênero como uma ferramenta teórica e política. Segundo ela, gênero permite compreender as desigualdades entre homens e mulheres como construções sociais e históricas e, por isso, pode ser mobilizado como instrumento de transformação. “Gênero é uma categoria que vem das ruas, da luta das mulheres, das experiências concretas. Ela nos ajuda a pensar políticas públicas, legislação e justiça social. É uma lente que revela as múltiplas formas de opressão e as possibilidades de resistência”, afirmou. A docente também destacou a importância de discutir masculinidades, apontando que o feminismo não se limita às mulheres, mas amplia o debate sobre como os papéis de gênero afetam a todos.
Na segunda aula do curso, as professoras Priscilla Rodrigues e Ana Cristina Marra conduziram a discussão sobre divisão sexual do trabalho e a teoria da reprodução social, destacando como essas estruturas moldam desigualdades cotidianas e mantêm a desvalorização do trabalho realizado pelas mulheres. Ambas ressaltaram como o público do curso demonstrou estar atento e engajado com o tema, reconhecendo suas implicações práticas e sua presença marcante nas dinâmicas sociais atuais.
O público do curso é composto principalmente por pessoas que não estão na universidade, como a professora Evanilda, da rede municipal de ensino de São Paulo. Ela soube do curso por meio do Instagram e relatou que participar foi transformador: “Estou impactada com o curso, estou amando e com a cabeça pipocando e muito feliz de estar evoluindo e aprendendo com esse tema e lugar”. A expectativa é que o curso incentive o debate de temas inclusivos, estimule a escuta ativa e o aprendizado coletivo, contribuindo para a formação de pessoas mais conscientes das desigualdades de gênero e raça. O “Ensinando Feminismos” é também um convite para refletir, discutir e construir alternativas que transformem a universidade e a sociedade em espaços mais justos e representativos para todas e todos.
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