Crise sanitária amplia retrocesso na democratização do acesso ao ensino superior
A sessão "A luta da universidade pública pela permanência dos estudantes em tempos de COVID-19 (28/8)" do Congresso UFABC tratou do aumento das dificuldades para alunos em vulnerabilidade socioeconômica se manterem no ensino superior. O encontro foi mediado por Laura Passarella, presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFABC, e teve apresentações do professor Leonardo Castro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e da aluna Thais Mátia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e também representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) no mesmo estado.
De acordo com as análises, as políticas de permanência vinham crescendo como iniciativas vinculadas à proposta de democratização do acesso à universidade e a pandemia trouxe novos desafios à ampliação da diversidade social que tem ocorrido no ensino superior brasileiro nos últimos anos. Parte da população estudantil – desprovida de recursos tecnológicos, residente em regiões distantes e de baixos índices de desenvolvimento humano, sem suporte governamental e alternativas – vê em risco a possiblidade de manter sua trajetória acadêmica. Além das novas adversidades para aquisição de conhecimento, outra informação trazida ao debate foi a de que o quadro pandêmico provocou perceptível piora no quadro psicológico de alunos que vivem em comunidades carentes e com famílias mais sujeitas à incidência da Covid-19.
Em tempos de crise política e econômica, uma das constatações mencionadas foi que atualmente a Educação é tratada como dispensável e as universidades, que enfrentam a pandemia com trabalho científico, tecnológico e atendimento em hospitais, convivem com a insegurança dos cortes orçamentários. Instituições já sinalizam que não conseguirão manter atividades e ações de assistência estudantil, colocando em risco a manutenção das políticas de acesso e permanência. Um dos caminhos propostos foi a articulação conjunta das universidades por parte de todas as categorias de seus principais agentes – alunos, docentes e técnicos administrativos – com preocupação especial às regiões nas quais estudantes não estão organizados e nem têm participação em colégios deliberativos.
Acompanhe os vídeos com a íntegra da sessão:
Assessoria de Comunicação e Imprensa
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