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Debates do Congresso UFABC levantaram preocupações com futuro institucional e retrocessos sociais

Publicado: Sexta, 25 de Setembro de 2020, 19h24

O Segundo Congresso da UFABC concluiu no último dia 18 as discussões que trataram dos impactos e dilemas provocados pela atual crise sanitária e envolvem aspectos sociais, políticos, econômicos e acadêmicos. Sob o mote "Nós pelo bem comum", o evento ocorreu integralmente com sessões virtuais e contou com a participação de 72 convidados, alcançando mais de 7.600 visualizações no Youtube até a véspera do encerramento. Esse encontro anual tem como objetivo debater com a sociedade as atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFABC.

De acordo com o vice-reitor, Wagner Carvalho, a Universidade assumiu o compromisso de manter a realização do Congresso, mesmo no cenário de pandemia, adotando o modelo virtual. Ele destacou como características fundamentais do encontro a oportunidade de manifestação de todas as categorias da comunidade acadêmica e de um olhar externo para sociedade, por meio do debate de ações relacionadas com o papel social da UFABC.

Para o reitor, Dácio Matheus, as discussões do Congresso UFABC aproximaram interlocutores de diversas categorias e instituições, abrindo diálogo sobre o contexto de desconstrução dos serviços públicos. Ele lembrou como tema importante e presente nos debates deste ano a preocupação com a autonomia universitária, que não pode ser vista como privilégio corporativo, mas princípio fundamental ao livre pensar e ao trabalho científico. O reitor afirmou que o Congresso representou para a UFABC uma etapa no processo de coleta de subsídios para os próximos passos da instituição em um futuro próximo e incerto.

A edição 2020 do Congresso UFABC recebeu quase três mil inscrições externas (56%) e internas (43%) e gerou mais de 42 horas de transmissão em vídeo. A íntegra do encerramento e de todas as sessões, que começaram em 17 de agosto, continuam disponíveis na página do evento (congresso.ufabc.edu.br).

Participações representativas

Durante o encontro final, as organizações representativas de servidores e alunos também apresentaram mensagens sobre a realização do Congresso. Leonardo Lira do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do ABC (SinTUFABC) destacou o evento como importante espaço para livre expressão. Salomão Ximenes da Associação dos Docentes da UFABC (ADUFABC) afirmou que esta edição representou o início de um ciclo com horizonte inédito e incerto na Educação, lamentando a postura governamental de não combater à pandemia e optar pela administração e mitigação de seus efeitos.

Representando os discentes de pós-graduação, Rodrigo Cabral afirmou que o Congresso levantou a necessidade de se discutir o combate à pandemia sob a perspectiva do desenvolvimento de políticas públicas. Pelos alunos de graduação, Laura Passarella, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFABC, citou como tema discutido a preocupação com a manutenção dos incentivos à permanência estudantil. O presidente do DA - Diretório Acadêmico UFABC SBC, Clóvis Girardi, lembrou que a realização das sessões virtuais marcou a possibilidade da inserção nacional e internacional dos temas em debate.

Ao longo do Congresso, as entidades representativas mediaram sessões que abordaram diversos temas. A ADUFABC promoveu a mesa "Divulgação científica e docência universitária" e o DCE debateu "A luta da universidade pública pela permanência dos estudantes em tempos de COVID-19".

Os representantes discentes da pós-graduação cuidaram de duas sessões: "Pós-graduação e o seu labirinto: regulação, avaliação performativa e projeto" e a roda de conversa "Democratização no acesso e permanência na pós-graduação: formação na ciência".

O SinTUFABC foi responsável pelo debate "A Universidade Pública como polo de resistência em contextos de crise: onde está o Estado Social?" e o DA São Bernardo do Campo levantou a questão "UFABC: quanto custa? Os impactos da crise no orçamento da Universidade".

Assessoria de Comunicação e Imprensa

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