Estudo explica processo que transforma energia química em luz

Cada vez mais comuns em shows e danceterias, os bastões de luz (lightsticks) transformam energia química em luz por um processo que vem sendo investigado há mais de um século, mas que não é completamente entendido.  Um trabalho do Prof. W. J. Baader do IQ-USP, que tem como coautor o professor da UFABC Erick Bastos, mostra que é possível acumular em temperatura ambiente a espécie de alta energia envolvida no processo químico que leva à emissão de luz. O trabalho foi publicado como artigo de capa da edição de dezembro do Journal of Organic Chemistry.

Essa reação química capaz de transformar energia em luz, chamada tecnicamente de quimiluminescência do sistema peróxi-oxalato, começa quando o cloreto de oxalíla entra em contato com o peróxido de hidrogênio. A substância derivada dessa interação - o intermediário de alta energia - é acumulada e dá origem à emissão de luz quando entra em contato com um corante fluorescente, que define a cor do bastão.

"Os bastões de luz são apenas um recurso didático para explicar a reação, que pode ser utilizada em exames clínicos ou determinação de poluentes, por exemplo", explica Bastos. "A luz emitida pelos vaga-lumes é derivada de um processo similar", completa.

O passo seguinte do estudo será a determinação da estrutura da substância detectada.

Título do artigo: "Direct Kinetic Observation of the Chemiexcitation Step in Peroxyoxalate Chemiluminescence" (Observação cinética direta do passo de quimiexcitação da quimiluminescência do sistema peróxi-oxalato).

 

Assessoria de Comunicação e Imprensa
03/12/2009