Inclusão escolar em tempos de pandemia: pesquisa desenvolvida em parceria com universidades do Brasil tem participação da UFABC
Em julho de 2020, um momento em que as atividades escolares remotas já eram prática em boa parte do país, ainda se fazia necessário encontrar caminhos para garantir condições suficientes para a participação de alunas e alunos, sobretudo, pela falta de direcionamento e atipicidade do cenário que o mundo conhecia.
Estudos já apontavam, em meio a pandemia de Covid-19, que eram muitos os desafios em relação à educação escolar como um todo nesse contexto. Entretanto, pouco se sabia sobre os impactos na educação especial (alunas e alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação).
A partir dessa preocupação, a pesquisa “Inclusão escolar em tempos de pandemia” foi desenvolvida por meio de uma parceria entre a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Fundação Carlos Chagas (FCC), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa buscou identificar os desafios enfrentados pelas professoras e professores da educação básica e analisar suas estratégias para assegurar o acesso e participação dos alunos da educação especial durante a suspensão das aulas presenciais.
A partir dos dados, coletados dos docentes via formulário online em uma plataforma acessível e traduzido em Libras, observou-se que, apesar do investimento em tecnologia, o uso de material impresso pelas professoras e professores foi predominante.
Por parte da UFABC, a pesquisadora representante foi a docente Kate Mamhy Oliveira Kumada, da área de Ensino de Libras. O desenvolvimento do estudo contou também com a tradução e interpretação do Português/Libras (Tilsp), realizada pelos profissionais Marcos Assunção e Lara Gomes, intérpretes do quadro temporário da UFABC. Tais profissionais foram essenciais, uma vez que ajudaram na elaboração do questionário pré-teste e também no questionário final, bem como na tradução do relatório que foi divulgado no site da FCC.
Outros profissionais da UFABC contribuíram para o piloto do questionário (pré-teste), tal como a docente Priscila Benitez, especialista em educação especial e inclusiva do CMCC e o servidor Rodrigo Espírito Santo (pessoa com deficiência visual), visto que os instrumentos foram construídos a partir de uma perspectiva de acessibilidade baseada no desenho universal.
Alunos do grupo de pesquisa Surdos e Libras (SueLi) também contribuíram para essas testagens, sobretudo aqueles que são professores e atuavam na educação básica durante a pandemia, tal como a mestranda do PPG-INV da UFABC Karina Vaneska Pereira de Carvalho.
O estudo, feito de forma interinstitucional, possibilitou uma colaboração teórica relevante para a escrita do projeto, assim como as contribuições práticas, com os ajustes necessários nos instrumentos de pesquisa e calibração dos mesmos. Ao compartilhar os resultados obtidos, a pesquisa espera contribuir para o mapeamento das implicações do ensino remoto para a educação especial e, assim, possibilitar uma melhor compreensão do contexto nesse caso e as melhores práticas pedagógicas para vencer os obstáculos observados.
Assessoria de Comunicação e Imprensa
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