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Monitoramento do coronavírus nos esgotos antecipa aumento de casos

Publicado: Sexta, 19 de Março de 2021, 18h23

Projeto da UFABC, monitoramento do coronavírus nos esgotos antecipa aumento de casos na região do ABC Paulista, segundo notícia no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI)

Amostras coletadas entre fevereiro e início de março apontam aumento significativo na concentração do material genético do vírus

Projeto UFABC MCTI Monitoramento do coronavírus nos esgotos Gráfico 1

Gráfico mostra que concentração dos fragmentos do RNA viral excretados no esgoto vem aumentando semana a semana, desde o início do ano. Resultados indicam que há na região um número crescente de indivíduos infectados

 

O projeto de monitoramento do coronavírus nos esgotos da região do ABC paulista, financiado pela RedeVirus MCTI, antecipou no início de março o aumento significativo do número de pessoas contaminadas pela Covid-19. O material coletado em cinco pontos da cidade mostra uma alta constante na concentração do RNA do vírus desde o início do ano. Os resultados indicam um número crescente de indivíduos infectados pelo vírus, diagnosticados ou não, já que os assintomáticos também excretam o material genético do Sars-CoV-2.

Os dados também indicam o agravamento da pandemia, já que a concentração do vírus no material coletado atingiu os maiores valores já registrados desde o início da pesquisa, em junho de 2020. Segundo o coordenador do estudo, professor Rodrigo de Freitas Bueno, da Universidade Federal do ABC (UFABC), o estudo tem sido capaz de antecipar os picos e quedas na incidência da doença em aproximadamente 14 dias. Isso acontece, ele explica, devido ao ciclo da doença, desde a contaminação até a notificação em um teste diagnóstico.

grafico abcdcovid 2

Fig.1: Concentração dos fragmentos do RNA viral excretados no esgoto vem aumentando semana a semana, desde o início do ano. Resultados indicam que há na região um número crescente de indivíduos infectados

 

“Esse mesmo comportamento já foi observado em outros países, como Holanda, EUA e Suécia. Isso ocorre porque há um atraso entre 2 e 3 semanas para um indivíduo infectado se tornar um caso notificado. Geralmente, o vírus fica incubado entre 2 e 14 dias no organismo do infectado. Após este período, o indivíduo começa a apresentar os sintomas comuns da Covid-19. Em média, após apresentar os primeiros sintomas, o indivíduo infectado demora em média 1 semana para realizar o teste clínico”, afirma.

O projeto de monitoramento da Covid-19 em águas residuais foi escolhido em um edital do MCTI em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), fundação vinculada à pasta, e o Ministério da Saúde, e tem duração de 2 anos. O monitoramento acontece em regiões com diferentes classes sociais, acesso a hospitais e infraestrutura de saneamento. O esgoto é coletado semanalmente em locais específicos, que vão desde estações de tratamento de esgoto que atendem mais de 1,5 milhão de pessoas até locais restritos, como um bairro de 570 habitantes.

grafico abcdcovid 3

Fig.2: Percentual de indivíduos infectados e prevalência na região do ABC. É possível observar o aumento gradativo do percentual de infectados em todas as cidades da região do ABC, desde novembro de 2020, marco inicial da segunda onda da Covid-19 no Brasil.

grafico abcdcovid 4

Fig.3: Correlação entre as concentrações do RNA viral no esgoto e os dados epidemiológicos/clínicos. É possível observar que as concentrações do RNA viral no esgoto acompanham as tendências de aumento e diminuição do número de casos reportados da Covid-19. Verifica-se, no entanto, que os resultados do monitoramento, antecipam os picos e quedas em aproximadamente 14 dias.


Notícia originalmente publicada no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em 19/03/2021, às 16h20, e atualizada 19/03/2021, às 17h40.

Registrado em: Notícias
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