Nominado a Nobel de Química atuou como pesquisador visitante na UFABC
O pesquisador científico sênior do Instituto Semenov de Física Química da Academia Russa de Ciências em Moscou, Georgiy Borisovich Shul’pin, nominado ao Prêmio Nobel de Química em 2017 (veja nota), atuou como pesquisador visitante na UFABC em três períodos entre 2014 e 2016. A indicação dele, em conjunto com os cientistas John E. Bercaw e Robert George Bergman, ocorreu pelas contribuições na área de funcionalização de ligações químicas conhecidas como C-H.
Na UFABC, o professor Shul’pin desenvolveu trabalhos focados na oxidação de compostos orgânicos em processos industriais, que vão desde a síntese de fármacos a produtos de química fina. De acordo com o professor Dalmo Mandelli, que ao lado do professor Wagner Alves Carvalho mantém parceria de estudos com o cientista russo, as pesquisas buscaram vias sustentáveis para promoção da síntese de produtos de forma eficiente, minimizando a geração de substâncias tóxicas dentro dos princípios da “Química Verde”.
Além da condução de uma disciplina no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia/Química, a passagem dele pela Universidade foi marcada pela produção direta de 14 resumos publicados em congressos especializados, oito artigos em periódicos indexados, quatro dissertações de mestrado, uma tese de doutorado e uma patente. Segundo Dalmo, todo esse conhecimento aponta para o potencial uso da oxidação de produtos naturais — existentes em grande escala no Brasil — na valorização de derivados de petróleo, de produtos renováveis e em biorefinerias.
Continuidade
Atualmente, em conjunto com o professor Shul’pin, um grupo da UFABC pesquisa a conversão do limoneno (subproduto da casca da laranja e resíduo sólido contaminante) em componente de alto valor agregado. Vale lembrar que se trata de tema de alcance econômico no qual o Estado de São Paulo é responsável por aproximadamente 1/3 da produção mundial de laranja.
A parceira com os professores Wagner e Dalmo continua ativa em discussões de resultados e redação de artigos. Os três desenvolvem o projeto Transformações catalíticas sustentáveis de compostos orgânicos incluindo produtos naturais com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nota: a Real Academia Sueca de Ciências concedeu o Nobel de Química de 2017 a Jacques Dubochet, Joachim Frank e Richard Henderson pelo desenvolvimento de pesquisa focada no uso da criomicroscopia eletrônica na determinação da estrutura de biomoléculas em solução.
Assessoria de Comunicação e Imprensa
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