Para pesquisador, Dia dos Refugiados ocorre em tempos de regressão de direitos
Em meio à celebração pela ONU do Dia Mundial dos Refugiados (20 de junho), o professor Gilberto Rodrigues, coordenador do programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais e membro da Cátedra Sergio Vieira de Mello da UFABC, destaca que a atual conjuntura global vem impondo a regressão dos direitos humanos. Segundo ele, a questão dos refugiados também sofre com a "onda" ultraconservadora, caracterizada pela ascensão de governos de ultradireita que promovem o fechamento de fronteiras e a diminuem a proteção a migrantes forçados. No contexto brasileiro, o professor considera como principais desafios lidar com a crise da Venezuela e o sucesso do acordo de paz na Colômbia.
Gilberto explica que há um fluxo histórico de deslocamentos internacionais e nacionais e questões conjunturais que desencadeiam e/ou agravam essa crise. Ele conta que para tratamento do problema existe um regime jurídico global chamado de Direito Internacional dos Refugiados, que tem como base a Convenção de Genebra de 1951, dentre outros instrumentos internacionais e regionais. Para ele, a abordagem ideal do tema passa por duas questões primordiais: a proteção de refugiados e a criação de soluções duradouras, ou seja, a plena integração deles nos países de acolhimento.
Outra preocupação vinculada a políticas migratórias passa pelas estratégias para combate à xenofobia e à discriminação. Segundo o professor, as iniciativas passam necessariamente pela educação e pela informação correta e não deturpada a respeito da condição dos refugiados, colocando um papel essencial na atuação de universidades, escolas e imprensa. Além do contraponto aos discursos que provocam medo, pavor e repulsa aos migrantes, Gilberto afirma que é preciso enfatizar valores que contribuem para o convívio harmonioso entre povos e países como solidariedade e diversidade cultural, linguística e religiosa.
Com 12 anos de experiência na pesquisa da temática, Gilberto Rodrigues, escreveu o livro "Refugiados - O grande Desafio Humanitário", dedicado a alunos de Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. O conteúdo da obra se baseia em estudos do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Governo Federal e da literatura brasileira e estrangeira. “A publicação esclarece para estudantes que as pessoas refugiadas não são criminosas, são pessoas como nós, que tiveram que abandonar suas casas e seus países para fugir de uma perseguição que atentava contra a sua vida” — explica o professor.
Assessoria de Comunicação e Imprensa
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