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Pesquisa integrada revela novo rumo no estudo de raios cósmicos

Publicado: Terça, 22 de Abril de 2008, 11h00

Professor da UFABC integra o grupo de cientistas autores da descoberta

Os raios cósmicos ultra-energéticos, partículas raras que se movimentam no espaço com velocidade próxima à da luz, podem ser gerados nos núcleos ativos de galáxias vizinhas à Via Láctea. Esses eventos contêm as partículas mais carregadas de energia conhecidas pela ciência. As novas conclusões sobre a origem desses fenômenos foram feitas pelo grupo de cientistas do Observatório Pierre Auger, na Argentina.

A descoberta foi publicada em novembro pela revista americana Science e classificada por diversas publicações científicas como uma das realizações mais importantes da ciência neste início de século.

Segundo o estudo, as fontes dos raios cósmicos ultra-energéticos estão distribuídas pelo céu e seriam galáxias com um grande buraco-negrocosmicos01.jpg no núcleo, ou seja, dotadas dos chamados Núcleos Ativos, como a Centaurus A.

Cientistas de diversas universidades brasileiras, incluindo a UFABC, com o professor Marcelo Augusto Leigui de Oliveira, participam da pesquisa. O trabalho é financiado por instituições de apoio de todo o mundo. Do Brasil há contribuição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudo e Projetos (FINEP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).

Pesquisa Comunitária

Os 370 cientistas de 16 países, além do Brasil, envolvidos nas pesquisas do observatório Auger se dividem nos diversos segmentos e processos que compõem o observatório. As instalações e equipamentos se espalham no oeste argentino em uma área de 3 mil km2.

Boa parte do trabalho do professor da UFABC, Marcelo Leigui, se concentrou na produção das lentes corretoras dos 24 telescópios de fluorescência, que operam agrupados em quatro pontos limítrofes do complexo. Ele conta que ficou responsável pelo acompanhamento do processo de fabricação, testes e instalação das lentes - fabricadas no interior de São Paulo - que formam um anel em frente ao conjunto especular de cada um dos telescópios.

Para ele, a participação brasileira no estudo do observatório Auger insere o País na vanguarda da pesquisa mundial em Física. “A origem dos raios cósmicos de alta energia sempre foi objeto de importantes teorias da astrofísica. Agora, as conclusões iniciais do trabalho recém publicado na Science representam um passo importante na solução desse mistério, pois descartam boa parte das teses existentes e revelam um caminho mais seguro para novos estudos” – afirma o professor.

Estudos Continuam

Marcelo Leigui afirma que, a partir dos dados físicos coletados na Argentina, começa o trabalho de análise estatística para responder às questões que cercam a emissão dos raios de alta energia. Segundo ele, um novo observatório será construído nos Estados Unidos e à medida que novas direções do céu são observadas aumenta o volume de informações que precisam de análise.

Na UFABC, o professo Marcelo conta que três alunos de iniciação científica e dois de mestrado, sob a orientação dele, já estão envolvidos em atividades relacionados ao estudo do grupo de cientistas do projeto Auger. “Meu objetivo também é preparar novos pesquisadores para dar continuidade a esse estudo.”

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Texto alterado em 26/11/2007

Assessoria de Comunicação e Imprensa
UFABC

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