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Pesquisador e professor da UFABC ajudam a criar site para acompanhamento das prefeituras
O pesquisador William Siqueira, à época aluno do curso de especialização em tecnologias e sistemas de informação, e o professor Mário Gazziro, ambos da UFABC, trabalharam em um projeto durante dois anos. O objetivo era colocar em prática uma ideia de Siqueira para desenvolver um portal onde fosse possível acompanhar todos os repasses do governo federal feitos às prefeituras e, mais do que isso, entender de que forma esses recursos seriam alocados.
“Nosso principal objetivo era criar uma ferramenta simples que auxilie o cidadão acompanhar e fiscalizar os recursos financeiros repassados para seu município”, explicou o professor Gazziro.
A ideia era juntar em um mesmo lugar dados dispersos num emaranhado de informações vindas de diversas fontes nos mais diferentes formatos. Para tanto, desenvolveram em parceria com o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, o portal Repasse (http://repasse.icmc.usp.br/).
Nele é possível explorar os repasses do governo federal, comparando cidade com cidade e o patamar de investimento realizado em cada área (saúde, cultura e educação, por exemplo). “Embora o portal Repasse só apresente dados a partir de 2011, já é possível constatar diferentes perfis nas últimas gestões municipais, principalmente quando houve troca de partido”, afirmou Gazziro.
Siqueira e Gazziro foram entendendo, pouco a pouco, a confiabilidade de determinados dados e até mesmo as estratégias usadas por prefeituras Brasil afora para driblar e dificultar a fiscalização por parte do contribuinte. Eles, por exemplo, aprenderam que algumas informações vindas de outras fontes não eram tão confiáveis quanto as do Portal da Transparência, o que permitiu a criação de um portal bastante atualizado e confiável.
“O portal Repasse da UFABC/USP é a única fonte de informações que consegue apresentar, mesmo que apenas a parte federal dos repasses, um relatório visual sobre a saúde financeira do município, desde 2011 até 2 meses antes da consulta”, contou Gazziro.
Siqueira e Gazziro projetam como próximos passos a expansão do sistema, incluindo os repasses estaduais, e o mapeamento dos dados da prefeitura, como o IPTU e o ISS, o que depende da regularização por lei do formato digital da prestação de contas dos municípios.
Eles querem também, por meio da automatização de alguns recursos, apontar exemplos de sucesso e outros onde estão sendo obtidos maus resultados. “Por exemplo, temos a cidade de Sobral e outras já tão conhecidas por serem destaques em melhorias na educação. Podemos usar regras de execução para "ensinar" o software que aquele é um caso bom e, em seguida, rodar regras na base, descobrindo cidades com perfil semelhante”, explicou Siqueira.
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