Professores e alunos da UFABC participam de pesquisas que levaram à possível descoberta do bóson de Higgs

Cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) anunciaram nesta quarta-feira, dia 04 de julho, a descoberta de uma nova partícula com características compatíveis com o bóson de Higgs. 

A descoberta foi possibilitada pela utilização do LHC, maior acelerador de partículas do mundo, que acelera prótons a uma velocidade de até 99,999996% da velocidade da luz. Com ele, os cientistas puderam observar a presença de uma partícula cerca de 125 a 126 vezes mais pesada que um próton e parece possuir as características do bóson de Higgs.

Os professores da UFABC, Pedro Mercadante e Eduardo Gregores, participam das pesquisas realizadas pelo experimento CMS, um dos dois experimentos do CERN que descobriu o bóson de Higgs. Ainda fazem parte do grupo da UFABC o doutorando Cesar Augusto Bernardes, o mestrando John David Gomez e os estudantes de PDPD Eduardo Rodrigues Iriarte e Stefan Wysocki. A participação da UFABC nas atividades deste experimento é realizada em conjunto com pesquisadores da UNESP, com os quais forma o Centro de Pesquisa e Análise de São Paulo (SPRACE, da sigla em inglês).

"Ainda não conhecemos os detalhes desta nova partícula, mas certamente não é uma flutuação estatística. Sabemos que esta nova partícula possui uma massa de 125 GeV e se parece muito com o bóson de Higgs, mas temos que estudar suas propriedades para confrontá-las com as previstas para o Higgs do modelo padrão", afirmou o professor Pedro Mercadante.

"Hoje em dia uma nova descoberta nessa área só é aceita pelas publicações científicas, e consequentemente pela comunidade científica, caso ela tenha uma chance de um em quase dois milhões de ocorrer por acaso. Isso é o que se chama de 5 sigmas. Em outras palavras, ele tem que ter 99,999943% de chance de ser verdadeiro. Hoje, chegou-se a este patamar: a chance de que o excesso observado em nossos dados seja devido a um mero acaso – e não a um novo fenômeno – é de menos de 1 em um milhão e setecentos mil", comentou o professor Eduardo Gregores.

Sobre o bóson de Higgs

O mecanismo de Higgs foi proposto independentemente por vários cientistas em meados da década de 1960 como uma forma consistente de se construir uma teoria contendo partículas com massa. Posteriormente, em 1967, foi incorporado por Weinberg em uma teoria descrevendo as interações fracas e eletromagnéticas, o hoje chamado Modelo Padrão. Desde então, vem-se buscando descobrir a partícula responsável por esse mecanismo, o bóson de Higgs.

Assessoria de Comunicação e Imprensa - UFABC
05/07/2012