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Projeto para processamento de lixo pode gerar receita e impacto ambiental zero

Publicado: Terça, 10 de Março de 2009, 11h01
O professor da UFABC Paulino Eduardo Coelho, das áreas de Energia e Gestão, atua em um projeto tecnológico para um sistema de processamento de lixo metropolitano que, além de gerar receita, opera com índice de poluentes próximo a zero.  Esse método se baseia na triagem dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), reciclagem dos componentes impactantes, conversão do restante do lixo em combustível e geração de energia.

Outro diferencial desse sistema é o aproveitamento do líquido tóxico proveniente do lixo (chorume) no sistema de refrigeração dos equipamentos do complexo - em usinas e aterros convencionais a administração desse composto, geralmente, representa risco ao meio ambiente. Por gerar energia a partir de combustível renovável e não fóssil, uma instalação como essa também obteria receita a partir da comercialização de créditos de carbono.

O projeto de oxidação termal do combustível de RSU proposto pelo professor se baseia na homogeneização do lixo de acordo com tamanho, umidade e composição dos detritos em um trabalho que combina sistemas mecânicos, térmicos e manuais. A configuração dessa estrutura permite a retirada de quase todos os componentes metálicos e plásticos da queima, o que diminui as oportunidades de emissões de poluentes. Por sua vez, a uniformização do tamanho dos resíduos amplia o rendimento calorífico nas caldeiras e câmaras de combustão, o que produz maior quantidade de energia.

Vantagens econômicas e ambientais

A viabilidade econômica de uma planta para resíduos sólidos urbanos, dependendo da configuração, começa a partir do processamento de 130 toneladas por dia em cidades com mais de 500 mil habitantes. "Trata-se de um modelo que mostra vantagens econômicas, sociais e ambientais se comparado aos formatos tradicionais de processamento do lixo urbano, sobretudo, ao aterro sanitário", afirma Paulino. Segundo ele, a oxidação termal do combustível de RSU não gera biogás, minimiza a emissão de metais pesados e dioxinas e oferece receitas com a comercialização da energia e as provenientes de outras fontes (tarifas, reciclagem, créditos de carbono etc.). "Há também benefícios indiretos com a economia em energia elétrica, em custos de aterro sanitário e na preservação ambiental" - explica.

O desenvolvimento do projeto de uso do RSU como combustível começou há cerca de oito anos, quando Paulino participou dos primeiros estudos sobre esse modelo com outros pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo o professor, usinas desse tipo são mais comuns na Europa. Ele lamenta que no Brasil haja apenas uma, que funciona no Rio de Janeiro: "O país possui todas as condições tecnológicas para adotar a oxidação termal de combustível de RSU como alternativa eficaz no tratamento do lixo urbano, um dos problemas mais sérios que afligem a administração pública."

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Assessoria de Comunicação e Imprensa
10/3/2009

Registrado em: Notícias
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