Universidade Federal do ABC passa a sediar centro de pesquisa da Fapesp com foco em políticas públicas para favelas
A UFABC lançou no último dia 7 o seu primeiro Centro de Pesquisa, Difusão e Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-FAPESP). Trata-se do Centro de Estudos da Favela (CEFAVELA), que nasce sob coordenação dos professores Jeroen Klink e Rosana Denaldi, respectivamente diretor e vice-diretora do projeto. O objetivo da iniciativa é a produção de pesquisa, inovação e disseminação de conhecimentos com articulação da academia, órgãos de governo, movimentos sociais e organizações não governamentais.
Na abertura da cerimônia, o professor Klink destacou que o novo Centro representa um sinal de que a Universidade pretende participar da construção de ferramentas e instrumentos capazes de potencializar políticas públicas para fortalecimento da luta de ocupações e favelas do Brasil. A professora Rosana destacou em sua fala que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no país 6,6 milhões de domicílios em favelas em uma grande diversidade de tipologias de cidades e regiões. Ela também lembrou que esses territórios, onde se abriga a população mais vulnerável, são os mais atingidos por desastres agravados pela crise climática.
Para Benedito Roberto Barbosa, coordenador da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, a parceria com o CEFAVELA será fundamental para possibilitar, além do fortalecimento do processo de resistência das comunidades, o mapeamento e a identificação de demandas por políticas públicas que atendam essa população. Marco Antônio Zago, presidente da Fapesp, afirmou que o programa CEPID é um dos mais rigorosos no processo de seleção para financiamento. Ele disse que a proposta de criação do CEFAVELA foi exaustivamente examinada e que a aprovação para financiamento representa um claro atestado da qualidade do projeto.
Ao final da cerimônia, o reitor Dácio Roberto Matheus identificou o Centro como a materialização da missão institucional da UFABC na busca pela disseminação inclusiva de conhecimento. Para o dirigente, esse processo inclui também o envolvimento direto da comunidade, fazendo com que a população das favelas deixe de ser objeto de pesquisa para se transformar em pesquisadora – ao lado de acadêmicos e alunos.
Além dos representantes já citados, participaram da cerimônia como oradores: Márcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Leonardo Varallo, coordenador geral de Planos de Mitigação e Prevenção de Riscos da Secretaria Nacional de Periferias (SNP), do Ministério das Cidades; João Sette Whitaker Ferreira, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. Parceiros do projeto gravaram mensagens de vídeos que foram exibidas no evento.
Fase inicial
Atualmente, o CEFAVELA conta com uma equipe de 38 pesquisadores associados, que incluem 11 cientistas de instituições acadêmicas estrangeiras, 15 da UFABC e 12 de outras instituições nacionais. O primeiro edital para seleção de pós-doutorandos foi aberto em setembro e há previsão para concessão de bolsas de treinamento técnico, iniciação científica, mestrado e doutorado, o que implicará o aumento gradual do número de pesquisadores participantes.
Além da União Nacional por Moradia Popular (UNMP) como representante da população moradora das favelas, integram o CEFAVELA como parceiros: o Ministério das Cidades, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a Escuela de Planeación Urbano Regional da Universidade Nacional da Colômbia, o Indian Institute for Human Settlements (IIHS), University of the Witwatersrand, (WITS/Johannesburg/África do Sul), a School of the Built Environment da Oxford Brookes University (Inglaterra), o Geographic Data Science Lab, da The University of Liverpool (Inglaterra), e a Faculty of Geo-Information Science and Earth Observation (ITC), da University of Twente (Holanda).
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Com informações do serviço de atendimento à imprensa do CEFAVELA. Créditos das Fotos: Daniel Antônio/FAPESP.
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Assessoria de Comunicação e Imprensa - UFABC
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