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Aluna da UFABC tem pesquisa premiada em Simpósio Internacional de Imunobiológicos

Publicado: Quinta, 15 de Junho de 2023, 11h54

Najla Santos Pacheco de Campos, discente de Biotecnologia e Ciências Biológicas na UFABC, ganhou o prêmio Alcides Godoy pelo estudo Immune Checkpoint Blockade via PD-L1 Potentiates More CD28-Based than 4-1BBased Anti-Carbonic Anhydrase IX Chimeric Antigen Receptor T Cells durante o sétimo Simpósio Internacional de Imunobiológicos (ISI), realizado no Rio de Janeiro entre os dias 2 e 4 de maio.

No encerramento do evento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), o júri científico composto por uma comissão independente de avaliação laureou três trabalhos de destaque entre 90 selecionados de mais de 180 pôsteres inscritos. Najla foi a terceira colocada. Beatriz Vasconcello de Souza Barreto e Luiza de Macedo Abdo ficaram com os Prêmios Oswaldo Cruz e Carlos Chagas pelos primeiro e segundo lugares, respectivamente.

O tema da pesquisa surgiu da necessidade do desenvolvimento de tratamentos para o câncer: “A terapia com células T contendo receptores quiméricos de antígeno (CAR T) é uma estratégia promissora para tratar tumores sólidos, mas muitas vezes é limitada devido à migração e trânsito ineficiente das células CAR T e a frequente imunossupressão local que limita sua atividade citotóxica”, explica Najla.

 

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Najla Santos Pacheco de Campos no 7th ISI. Crédito: Gabriela Silveira.

 

O estudo em questão compara diferentes construções da terapia celular CAR T, que direciona células do sistema imune contra tumores renais. Estas células são capazes de realizar uma função adicional, secreção de anticorpos que melhoram a performance de linfócitos T, denominados inibidores de checkpoint imunológico. Uma das construções de CAR testadas, contendo a molécula CD28, mostrou-se capaz de promover a regressão de tumores renais em modelos animais.

Utilizando uma dose baixa de CAR T, foi observada redução do tamanho de tumores em cerca de 70%, sem ocorrência de efeitos colaterais notáveis, o que, segundo a Profª Drª Eloah Rabello Suarez, “torna a terapia bastante promissora para o tratamento de carcinoma renal de células claras em humanos e outros tipos de tumores com baixa oxigenação (hipóxicos) que expressem CAIX, como alguns casos de carcinoma triplo negativo de mama, carcinoma de ovário, glioblastoma, e outros, para os quais estamos realizando ensaios que comprovem a eficiência das CAR T desenvolvidas.”

Pós-doutora em Biologia Molecular, Eloah é a professora orientadora e considera importante ter pesquisas reconhecidas em congressos promovidos por instituições de referência como meio de validar a qualidade e a relevância e aumentar a visibilidade e o impacto: “Ter um projeto reconhecido pelo júri científico composto por uma comissão independente de avaliação, com pesquisadores externos, pode fornecer uma credibilidade adicional para a pesquisa, abrindo portas para colaborações futuras, financiamentos e publicações em periódicos de alta qualidade.”

Najla conta que sempre se interessou pela natureza e temáticas ambientais. A curiosidade, a admiração e o respeito em relação aos seres, levou-a à carreira como bióloga. Durante a graduação, teve oportunidade de conhecer várias áreas de pesquisa e se encantou pelas possibilidades de atuação na terapia celular. Em Biotecnologia pode se envolver com desenvolvimento e aplicação de células, tecidos, biomoléculas e microrganismos para gerar novos produtos, processos e serviços em complemento a sua prévia formação em técnicas de engenharia genética, genômica, biologia molecular, cultivo celular e bioinformática.

Além das graduações em curso, Najla é doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Medicina - Hematologia e Oncologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Sobre os desafios da dupla jornada de estudo e do doutorado direto, a bacharel em Ciência e Tecnologia diz que é preciso uma base sólida de conhecimento e habilidades, equilíbrio com outras responsabilidades, independência e autodisciplina. “Dito isso, acredito que o sucesso para conciliar os estudos depende em grande parte da motivação, persistência e dedicação do aluno em enfrentar os desafios que surgem durante o processo. Mas não podemos subestimar a importância do apoio familiar nessa jornada acadêmica.”


Assessoria de Comunicação e Imprensa

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