Estudantes desenvolvem esterilizador que combina eficiência e baixo custo
Alunos da UFABC desenvolvem atualmente o Dispositivo de Esterilização de Luz Ultraviloeta contra Covid-19 (DELUX) para ampliar o tempo de utilização de máscaras N.95 – recomendadas pelo Ministério da Saúde para profissionais que atendem pacientes com a Covid-19. O projeto tem coordenação dos professores Christiane Bertachini Lombello e Nasser Daghastanli e ocorre em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). O equipamento concilia alta eficiência e baixo custo de produção, especialmente em virtude da cessão de propriedade intelectual e concepção simples do projeto.
Com capacidade para inativar diversos microrganismos presentes em ambientes típicos para tratamento de saúde, como hospitais e clínicas, além de áreas comerciais de alta rotatividade de pessoas, o DELUX permite a redução de custos na aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs). Para se ter ideia, o Hospital São Paulo, vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apresentou nos últimos meses média diária superior a 8 mil unidades no consumo de máscaras, conforme revelou a reitora da instituição, Soraya Smaili, em recente participação no Congresso UFABC.
Apesar de estudos no ramo não serem conclusivos sobre o grau de extensão da vida útil das máscaras submetidas à luz ultravioleta, há comprovação de que esse método de esterilização não modifica as características originais das N.95. Isso amplia a possibilidade de uso seguro dessa proteção de uma única vez para vários dias. Além da economia em insumos, o reaproveitamento diminui o volume do descarte de itens contaminantes e o consumo de matérias-primas.
Testes e protótipo
De acordo com os coordenadores do projeto, a radiação UVC tem ação fotolítica – que raramente gera subprodutos potencialmente perigosos – e age pelo efeito da absorção da luminosidade por proteínas e ácidos nucleicos. Os testes do DELUX incluem: análise de fotometria para verificar o alcance da faixa de luz UVC adequada à esterilização, validação biológica para confirmar a inativação de patógenos e análise de amostras antes e após a descontaminação. Há também um protocolo específico que prevê experimentos com máscaras previamente contaminadas por Sars-Cov-2 em conjunto com verificações pelo exame PCR.
O protótipo do esterilizador foi desenhado pelos alunos e professores da UFABC e está em construção por meio de outra parceria com a empresa Ecosan de São Bernardo do Campo. Grande parte da estrutura é feita em aço inoxidável e o dispositivo tem capacidade para irradiar simultaneamente os lados internos e externos de até 12 máscaras dos tipos N.95 e PFF2. Com o aparelho hermeticamente fechado, a esterilização ocorre pela ação de lâmpadas de luz ultravioleta-C (UVC) que, acionadas durante tempo e com intensidade corretos, destroem o material genético do vírus da Covid-19.
Mais informações na página do DELUX.
Confira também o vídeo de apresentação do esterilizador:
Assessoria de Comunicação e Imprensa
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