Projeto investiga relação entre ensino remoto e desigualdades sociais em SP
O projeto tem como objetivo investigar a experiência do ensino não presencial em escolas públicas neste contexto de isolamento social devido à pandemia de Covid-19, com um recorte sobre como tem se dado o ensino das ciências da natureza, mas também com uma investigação sobre outros aspectos relacionados a estas propostas de ensino. A motivação para o projeto surgiu das problemáticas que têm sido noticiadas regularmente, especialmente quanto às dificuldades de acesso pelos estudantes, o aprofundamento das desigualdades sociais e, até mesmo, da existência de um caráter discriminatório nessas políticas educacionais.
Coordenado pelas professoras Luciana Palharini, Danusa Munford e Renata Orofino, a proposta é estruturada em três frentes de trabalho.
A primeira está relacionada à investigação da percepção de gestoras e professoras de redes públicas da educação básica em relação aos principais desafios identificados por elas para a implementação do ensino a distância durante o isolamento social, considerando o papel da educação científica, bem como os desafios advindos do isolamento, do luto, e das expectativas quanto ao retorno das aulas presenciais.
Para a professora Luciana Palharini “A escolha por profissionais mulheres, professoras e gestoras de redes públicas justifica-se, pois no contexto da pandemia as mulheres sofrem ainda mais com a sobrecarga física e mental do gerenciamento do trabalho, da vida pessoal e do lar”.
A segunda frente está relacionada à análise de documentos oficiais e propostas curriculares, incluindo os tipos de materiais adotados para a implementação do ensino a distância em algumas escolas da rede pública que atendem a educação básica no município de São Paulo, assim como em algumas escolas do Grande ABC. Segundo Palharini “a pandemia trouxe a percepção da relevância do conhecimento científico e é importante saber como isso está presente nas propostas de ensino. É olhar para a educação em ciências num contexto de epidemia, quando fica evidente a sua importância e, ao mesmo tempo, a precariedade na formação da população brasileira”.
Já a terceira frente propõe a articulação entre a Universidade e as escolas para a criação de ações que deem suporte às escolas, educadoras e famílias atendidas, além do fortalecimento de ações e projetos em andamento na UFABC que se aproximem das demandas que possam surgir das professoras e gestoras a partir dos dados coletados.
A expectativa do grupo, formado por docentes e alunos da UFABC, é, por meio do levantamento de informações, produzir dados científicos que permitam criar ações que gerarão benefícios locais, mas também benefícios mais amplos para as redes públicas de educação básica.
Veja no vídeo mais detalhes sobre a iniciativa:
#NósPeloBemComum
Assessoria de Comunicação e Imprensa da UFABC
Redes Sociais