Projeto mapeia e apoia ações territoriais de combate à pandemia em áreas precárias
De acordo com dados divulgados recentemente pela Prefeitura de São Paulo, coletados entre os dias 11 de março e 3 de agosto, as regiões periféricas do município concentram o maior número de casos e mortes causadas pelo novo Coronavírus. O distrito de Sapopemba, que faz divisa com a cidade de Santo André, é o que registra o maior número de mortes por Covid-19 na capital paulista.
Diante desse contexto, um dos projetos aprovados pelo Comitê da UFABC contra o novo Coronavírus, intitulado ‘Covid-19: áreas precárias e intervenções territoriais’, objetiva apoiar ações de planejamento e ações públicas para o enfrentamento da pandemia, por meio da articulação entre poder público, universidade e comunidades de áreas precárias no município de São Paulo. Outro objetivo é monitorar as informações existentes e elaborar metodologias de desagregação de dados da doença nas periferias.
A iniciativa, que une pesquisa e extensão universitária, é coordenada pela professora Renata Moreira, da Engenharia Ambiental e Urbana, com a participação das professoras Luciana Travassos e Patrícia de Jesus, do Bacharelado em Planejamento Territorial, além de seis alunos (três bolsistas e três voluntários) e dos laboratórios LaPlan (Laboratório de Planejamento Territorial) e LabJuta (Laboratório Justiça Territorial).
Segundo a coordenadora, o projeto partiu da constatação de que, no município de São Paulo, as ações preventivas dirigidas à população mais carente e vulnerável eram organizadas, principalmente, pela mobilização das próprias comunidades. “A partir daí definimos, como primeiro objetivo de pesquisa, acompanhar as informações e os dados sobre a pandemia para compreender, por meio de mapeamentos, as diferenças territoriais do impacto no município de São Paulo. Como ação de extensão, nosso objetivo é apoiar ações comunitárias com dados de monitoramento, materiais de comunicação sobre prevenção, ou mesmo facilitando a articulação entre redes solidárias e comunitárias e agentes institucionais”.
As atividades de pesquisa e a equipe estão organizadas em três frentes de ação. A primeira é denominada ‘Frente de informação’ e refere-se ao acompanhamento de dados, geração de mapas e análises territoriais, além da produção de dados próprios. Um exemplo é o formulário eletrônico ‘Quarentena na vizinhança’, questionário de preenchimento periódico que busca registrar e compreender a percepção do isolamento e a adesão à quarentena nos bairros da cidade de São Paulo ao longo do tempo.
A segunda frente é a de ‘Ação direta’, que se destina ao levantamento dos atores e ações, institucionais e não institucionais, envolvidos na gestão da crise em toda a cidade e, especificamente, num território pré-determinado: o distrito de Sapopemba – justamente o que registra o maior número de óbitos por Covid-19 no município de São Paulo. Nessa frente, o projeto tem apoiado o tratamento e a análise de dados gerados por um coletivo de professores, a partir de um amplo levantamento das condições das famílias da comunidade escolar da rede pública paulistana frente à pandemia.
Por fim, há a ‘Frente de comunicação’, que organiza os conteúdos trabalhados nas duas outras frentes, produz materiais de divulgação de fácil compreensão – numa espécie de ‘pedagogia da cartografia’, segundo a coordenadora – e apoia demandas de comunicação dos agentes ou das comunidades. Dentre as atividades dessa frente está a manutenção de uma página no Instagram, cujo intuito é ser um canal de informações e interações sobre o projeto.
Mais informações:
- Formulário ‘Quarentena na vizinhança’
- Página do projeto no Instagram
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Assessoria de Comunicação e Imprensa da UFABC
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