Pesquisa que desenvolve fios de sutura anti-inflamatórios recebe premiação internacional
Um artigo de autoria da Profa. Dra. Mathilde Champeau, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFABC, foi premiado como melhor artigo de 2020 pelo Journal of Drug Delivery Science and Techology (JDDST), durante a conferência internacional 12th World Meeting on Pharmaceutics, Biopharmaceutics and Pharmaceutical Technology, realizada, remotamente, entre os dias 11 e 14 de maio de 2021.
Intitulado Tuning the release profile of ketoprofen from poly (L-lactic acid) suture using supercritical CO2 impregnation process, o trabalho foi publicado no JDDST em fevereiro de 2020. A pesquisa foi desenvolvida pela docente em parceria com a estudante Isabela Trindade Coutinho, sua ex-aluna de mestrado na UFABC, com a colaboração de pesquisadores da Université de Liège (Bélgica) e da Université de Bordeaux (França).
O objetivo do trabalho foi desenvolver fios de sutura capazes de liberar cetoprofeno, cujo princípio ativo é anti-inflamatório, no local de sua aplicação – popularmente conhecida como ‘pontos cirúrgicos’. Uma das principais vantagens desse método é que o tratamento é realizado de forma local, o que evita a necessidade de ingestão de medicação oral para impedir dores ou inflamações, como geralmente ocorre após cirurgias, além de aumentar a eficiência do fármaco.
Ao explicar a tecnologia utilizada, a pesquisadora enfatiza que um de seus benefícios é a sustentabilidade. “Nesse estudo, o CO2 sob pressão, também chamado de supercrítico, foi utilizado como solvente para impregnar os fios de sutura feitos de polímeros com o cetoprofeno. Nessa tecnologia, o CO2 é removido totalmente do produto final e pode ser reutilizado, resultando em um processo respeitoso com o meio ambiente e adequado para desenvolver produtos para a área da saúde”.
E cita uma das inovações propostas nesse trabalho. “A tecnologia de CO2 já é conhecida por permitir controlar a quantidade de fármaco impregnado no polímero, mas mostramos que também é possível controlar a quantidade de fármaco liberado ao longo do tempo. Assim, apenas modificando as condições do processo, obtivemos fios de sutura capazes de liberar o fármaco durante 3 dias ou, então, durante até 3 meses. Esses resultados são promissores, pois mostram a possibilidade de modificar o perfil de liberação do fármaco de acordo com as necessidades farmacológicas”, afirma.
Assessoria de Comunicação e Imprensa da UFABC
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