Consolidação do novo Plano de Desenvolvimento Institucional guia V Congresso UFABC
No mês de seu aniversário, entre os dias 26 e 28 de setembro, a UFABC realizou Congresso para discutir o futuro da instituição. Esta quinta edição do evento foi pontuada pelos debates em torno da implantação do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Sob o lema "Horizontes em Consolidação", sete mesas debateram temáticas que mobilizam a vida universitária. Houve atividades em ambos os campi da UFABC.
Durante a mesa de abertura, a vice-reitora, Mônica Schroder, lembrou que o novo PDI era discutido desde 2021 e que o atual Congresso se constituía como a última fase de consulta pública para a elaboração do documento. “Conversamos também anteriormente com ex-reitores de outras universidades para trazer a experiência de quais pontos poderíamos contemplar no nosso PDI”, afirmou.
“Nosso objetivo é garantir uma universidade mais interdisciplinar, mais inclusiva e mais inovadora ao mesmo tempo em que entregamos aos conselhos superiores perspectivas para os próximos dez anos”, concluiu.
O reitor Dácio Roberto Matheus, por sua vez, classificou como um “momento de alegria” a oportunidade de consolidar o PDI durante o evento. Ele lembrou a importância da decisão do Conselho Universitário de prorrogar o documento vigente, “tendo em vista que a conjuntura da época não favorecia as discussões em torno do documento”.
De acordo com Matheus, o Congresso anterior da Universidade lançou as bases do novo PDI. “Ao reunirmos os trabalhos de todas as relatorias, chegamos à conclusão de que a Universidade é um espaço de cultura, e não só de formação profissional”, disse.
Assista ao vídeo com a cobertura do V CONGRESSO UFABC: #HorizontesEmConsolidação
Mesa 1 - Ensino: A articulação entre a Graduação e a Pós-Graduação na próxima década
A primeira mesa de debates do evento começou trazendo propostas de interações entre a graduação e a pós-graduação. Mediado pela pró-reitora de graduação, professora Fernanda Cardoso, e pelo pró-reitor de pós-graduação, professor Charles Morphy, o debate discutiu formas potenciais para engajar os estudantes de ambos os patamares acadêmicos em atividades e espaços comuns.
Lia Bittencourt, vice-reitora da Unifesp, salientou a importância da interdisciplinaridade para alcançar esse objetivo durante sua fala. De acordo com ela, também é importante trazer o estudante da pós-graduação para acompanhar o estudante da graduação.
“É necessário ainda oferecer cursos comuns entre a graduação e a pós-graduação, propor eventos em que ambos os perfis de estudantes possam se apresentar juntos e disponibilizar projetos de extensão que contemplem todos esses alunos”. Ela reforçou a necessidade de ampliar o suporte aos graduandos. “Nós, dirigentes, temos que batalhar por mais bolsas”.
Também sentado à mesa de debate, o docente da UFABC Gilberto Rodrigues elencou os principais pontos que devem constar, de acordo com ele, na relação entre graduação e pós-graduação: estimular a curiosidade dos alunos; atrair graduandos para a pós-graduação; preparação de egressos da graduação para a pós; mostrar as fronteiras do conhecimento; e a participação de pós-graduandos em atividades na graduação.
Segundo Rodrigues, essas interações ocorrem devido a fatores como estímulo e preparação. No primeiro, há, por exemplo, o convite para alunos de graduação assistirem às aulas da pós , enquanto no segundo pode haver mobilidade acadêmica de estudantes, tanto dentro do país como para o exterior. “Aqui vale o mote ‘junto e misturado’. São ações que envolvem tanto a pesquisa quanto a prática”. Ele citou ainda atividades como o observatório de política internacional e a cátedra Sérgio Vieira de Melo como exemplos de cooperação entre os estudantes.
Docente da UFABC e representante da Subcomissão de Ensino do PDI, Paula Tiba disse que a interdisciplinaridade deve ir além da temática comum, chegando à colaboração e a uma ação coordenada entre o que é passado aos estudantes. “O sonho de consumo seria chegar à transdisciplinaridade, na qual não há barreiras entre os conteúdos ministrados”, afirmou.
Ela falou a respeito também da possibilidade de haver formas diferentes de ingressos na pós-graduação, novos formatos de ensino-aprendizagem e lembrou que a inclusão é intrinsecamente ligada ao DNA da Universidade. “Cem por cento dos cursos de graduação são oferecidos no período noturno”, disse.
Mesa 2 - Fortalecimento de ambientes de pesquisa e inovação na UFABC
A Mesa 2, Fortalecimento de ambientes de pesquisa e inovação na UFABC, abordou questões relevantes no âmbito de Pesquisa e Inovação no ensino superior. O intuito é ampliar e manter os investimentos externos, valorizar os ambientes tecnológicos da universidade e traçar alianças estratégicas para o avanço da internalização, consolidando posições nos rankings universitários.
Em sua fala, Maria Teresa Borges Pimenta Barbosa, da Suzano, ressaltou a importância da inovação vinculada à sustentabilidade. Oswaldo Massambani (SENAI São Paulo), falou sobre a importância da inovação aberta e da relação com as secretarias municipais, empreendedorismo industrial e aceleração de startups. A professora Cristina Reis (atualmente, no Ministério da Fazenda e Representante da Subcomissão Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - PDI UFABC 2024-2033) destacou que a Universidade deve consolidar um ambiente acadêmico favorável para se tornar protagonista na região, seja através da InovaUFABC, das parcerias, e de novos programas de pós-graduação.
Mesa 3 - Cultura e Extensão: Concretizar a integração da UFABC e seu entorno
Já a Mesa 3 tratou de Cultura e Extensão, com o mote “Concretizar a integração da UFABC e seu entorno”. Suze Piza, docente do CCNH, tratou de cultura como universo subversivo, disruptivo, interdisciplinar e indisciplinar. A representante da Subcomissão Cultura e Extensão Universitária do PDI, colocou questões que nortearam o pré-texto do documento: Como a UFABC sai da UFABC? Como a comunidade externa entra na Universidade? Como a UFABC quer ficar em si mesma?
Mário Reali, Secretário Executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, abordou a importância do território e protagonismo dos atores locais. Por sua vez, Silvia Dotta (Docente do CMCC) trouxe o exemplo do InterAntar, programa de inserção das ciências polares na Educação Básica. Ponto comum entre os participantes e reforçado por Dotta, é relevância de projetos diversos, longevos e que inspirem a comunidade.
Os diálogos em torno de Pesquisa e Inovação e Cultura e Extensão aprofundaram a compreensão dos temas e devem oferecer subsídios para a consolidação do próximo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2024-2033).
Mesa 4 - Autonomia, medidas de governo e condições de trabalho: quais os princípios para amadurecer as políticas de gestão de pessoas na UFABC?
O segundo dia de debates do V Congresso começou marcado pelas discussões em torno das condições de trabalho, autonomia e as políticas de gestão de pessoas na UFABC, temas da mesa 4. Mediada pela técnica administrativa Glaucia Bambirra e a professora Guadalupe Maria Jungers Abib de Almeida, a conversa teve como convidados e convidada Fabio Senigalia, superintendente adjunto da Superintendência de Gestão de Pessoas da UFABC (SUGEPE), Ricardo Alvarez, vereador (PSOL)em Santo André, e Mirian Dantas dos Santos, coordenadora do Fórum Nacional de Pró-reitores de Gestão de Pessoas (Forgepe).
Professor aposentado da rede privada, Alvarez, durante sua fala, estabeleceu as distinções entre esse modelo de educação e as universidades públicas. “Nas instituições privadas, os docentes não têm vivência universitária. Ganham por aula. Em oposição, em universidades públicas, como a UFABC, há de fato um corpo docente com ampla dedicação”, disse. Ele lembrou ainda que muitas universidades privadas bem conceituadas têm dificuldades em concorrer com conteúdo a distância precarizado.
Mirian Santos, por sua vez, afirmou que não se pode falar de desenvolvimento das instituições sem falar da gestão de pessoas. Daí a importância da autonomia universitária, que, de acordo com ela, “deve ser conquistada tanto financeira como administrativamente”.
Segundo Mirian, a criação de um banco de professor equivalente e de um quadro referencial de técnicos dá autonomia para a universidade fazer a sua gestão de pessoal. “Creio que precisamos construir indicadores que facilitem esse tipo de gestão. São as pessoas que fazem as coisas acontecerem na instituição”, afirmou.
Para Mirian, um dos grandes desafios do trabalho nessa área é desenvolver as ações sem desobedecer à lei ao mesmo tempo em que se procura evitar o engessamento das atividades. “Por mais que você tente enquadrar a Universidade em um quadrado, ela extrapola. É assim na gestão de pessoas também”, disse.
Fabio Senigalia iniciou sua oratória afirmando que aquela era a primeira participação da SUGEPE no Congresso UFABC e reforçou a importância dessa representatividade do setor no evento. Ele citou, logo no começo de sua fala, a portaria de 2010 que trata da saúde mental dos servidores. Segundo Senigalia, questões relacionadas ao bem-estar da mente estão no topo dos afastamentos da UFABC. “Hoje fazemos um trabalho de acolhimento com servidores que ficam muito tempo afastados”, afirmou.
Para ele, o futuro da SUGEPE está diretamente ligado aos objetivos institucionais. Dessa forma, seria importante tratar de temáticas como o Plano de Desenvolvimento de Pessoas, movimentação e dimensionamento de pessoal na UFABC, novas formas de organização do trabalho, programa de preparação de aposentadoria, relações de trabalho e políticas de segurança no trabalho. “O mais importante é o planejamento de carreira. Pensá-lo no PDI é essencial”, disse ele. “Devemos criar uma cultura de segurança e saúde no trabalho”, concluiu.
Mesa 5 - Governança e ferramentas de gestão inovadoras: como elas podem ajudar a UFABC?
Com mediação de Sara Alvarez (pró-reitora de Administração da UFABC), na mesa 05, Daniel Pansarelli (pró-reitor da Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UFABC) destacou como referência para o debate a característica enxuta de infraestrutura e de pessoal da UFABC e o impacto dessa condição para uma instituição de proposta inovadora. Claudia Da Costa Martinelli Wehbe (diretora de Inovação Governamental - MGI/DINOV) apresentou o que o seu Ministério mantém como soluções e metodologias de gestão e práticas, além de como tais ferramentas são empregadas no Executivo Federal. Silas Leite (ouvidor da UFABC) discorreu sobre a complexidade da definição de governança pública e a respeito do desafio prático para os objetivos institucionais em meio a estruturas de poder potencialmente geradoras de conflitos e assimetrias.
Mesa 6 - Inclusão Universitária e Permanência Estudantil: um retrato da comunidade UFABC na construção de uma política de permanência
Com mediação de Cláudia Vieira (pró-reitora de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da UFABC), na mesa 06, Juliana Arruda (Pró-reitora de Assuntos Estudantis - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), colocou o sistema de assistência estudantil como modelo que deve atuar em três frentes: inclusão a permanência e a conclusão. Paulo Pinheiro (representante do Diretório Central dos Estudantes da UFABC) destacou a experiência pessoal como exemplo de jovem universitário que só conheceu a importância e o alcance e potencial dos programas de assistência estudantil pela própria vivência no ensino superior. André Pasti (docente da UFABC e representante Subcomissão Inclusão Universitária e Permanência Estudantil - PDI UFABC) apresentou aspectos da abordagem do novo PDI sobre a assistência estudantil e reflexões baseadas em referências socioeconômicos da comunidade da UFABC.
Apresentação do Coro da UFABC
Para abrilhantar ainda mais o evento, no final do dia 27, tivemos a apresentação do Coro da UFABC, um projeto cultural da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFABC.
Veja como foi em vídeo no canal do YouTube da Universidade.
Mesa 7 - Consolidação e Expansão da infraestrutura para a missão institucional da UFABC
Na mesa 07, com mediação de Sérgio Carvalho (Núcleo de Tecnologia e Informação - NTI UFABC), Fernanda Cardoso (pró-reitora de Graduação da UFABC) tratou do panorama da UFABC quanto à ocupação dos espaços físicos no contexto dos cursos de graduação. Maria Isabel Delcolli (técnica administrativa e procuradora educacional institucional da UFABC) falou sobre a questão da sustentabilidade dos cursos de graduação ante a indicação de menor interesse de jovens pela formação em nível superior. Rosana Denaldi (docente da UFABC e representante Subcomissão Infraestrutura: Consolidação, Expansão e Sustentabilidade - PDI UFABC 2024-2033) trouxe conteúdos discutidos nas reuniões da subcomissão do eixo Infraestrutura Consolidação Expansão e Sustentabilidade que integra a elaboração do novo PDI.
Encerramento
Na mesa final do Congresso, Tatiana Lima Ferreira (docente da UFABC e presidente da Comissão Coordenadora do PDI UFABC 2024-2033) acentuou a característica participativa da construção do PDI, envolvendo modelo horizontal para recebimento de propostas com contribuições de agentes internos e externos. Mônica Schroder (vice-reitora da UFABC) avaliou como positiva a expectativa quanto ao desenvolvimento institucional dos próximos anos, considerando o nível de contribuições que sustentam o documento que será entregue aos conselhos superiores da Universidade. Dácio Roberto Matheus (reitor da UFABC) enfatizou a realização do congresso e acentuou a intenção de ampliar a dimensão e perspectivas do evento, alcançando maior universo de interlocutores da comunidade e do território em que a UFABC atua.
Vídeos e fotos
Todos os vídeos com a transmissão do V CONGRESSO UFABC: #HorizontesEmConsolidação, estão disponível em playlist no Canal da UFABC no YouTube e no site do evento: congresso.ufabc.edu.br.
As fotos do evento podem ser vistas em álbum no Flickr da UFABC.
Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI UFABC)
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